top of page
Foto do escritorgazeta paulista Diretoria

Profissionais da Segurança Pública e o Suicídio

Comportamento suicida em Policiais

Em relação a violência, o Brasil atinge uma colocação alta no ranking mundial, com o maior número de homicídios absolutos. Já ocorre uma ampla gama de propostas com o intuito de modificar esse quadro, sendo a atuação dos profissionais de segurança do nosso país uma das mais cobradas para diminuir essa taxa. Logo, ocupar a área policial demanda ter capacidade para suportar um nível de estresse elevado e a capacidade de contornar situações críticas com ações rápidas.

Sociologicamente falando temos o seguinte quadro: A visão da sociedade sobre os policiais, o risco que sofrem no desempenho de sua atividade profissional e os possíveis impactos consequentes na saúde, tanto física como mental. Tudo isso faz com que haja uma facilidade de adoecimento psicológico nessa área, como depressão e suicídio.

Ainda há os aspectos organizacionais: O contingente e o tratamento dentro da instituição, a valorização, a hierarquia, a motivação e o desempenho. Há, também, a realização de transferências indesejadas, que, quase sempre, contribuem para a geração de problemas como desordem financeira, dificuldade de se adaptar a um novo posto, trabalhos extra, distância de deslocamento entre residência e local de trabalho que fazem com que haja um desequilíbrio na presença com a família, sono e descanso/lazer.

A disseminada ideia de que o policial é um indivíduo inabalável contribui para que este apresente dificuldade em demonstrar sua individualidade e seus sentimentos e, até mesmo, de confiar nas demais pessoas.

O comportamento suicida é intensificado por diversos fatores: Separações conjugais, ausência do ambiente familiar, problemas financeiros recorrentes, dependência química, alcoolismo, doenças mentais aliadas a situações de estresse que acabam por dificultar a reversão desses quadros e o desenvolvimento de resiliência no trabalho. E se tudo isso ocorre com uma pessoa introspectiva, que guarda e não compartilha o seu sofrimento com ninguém, acaba por alimentar ainda mais estes comportamentos nocivos.

Vale ressaltar que estes fatores podem ser revertidos através do aumento da sociabilidade e melhora nas relações de confiança entre pares (iguais, subordinados e superiores) criando um clima melhor e empatia. Acredita-se, até mesmo, na possibilidade de futuras ações de conscientização para familiares de policiais, para que haja uma amenização satisfatória na questão das causas sociais que levam à derrocada psicológica, que pode se intensificar ainda mais no período de inatividade profissional, fazendo com que haja uma parcela de policiais aposentados com quadros de enfermidades mentais e que, consequentemente, necessitam de cuidados psicológicos para exterminar o potencial da realização de atos, diretos ou indiretos, que consumem o suicídio.

Matéria feita por Raquel Mello especialista em Segurança Publica

143 visualizações0 comentário

Kommentarer


bottom of page