Secretário estadual quer acelerar atendimento, ampliar vacinação e combater fake
Foto de Isaias Dutra
O estado de São Paulo já foi exemplo mundial de cobertura vacinal para doenças como a poliomielite, caxumba e rubéola, para ficar em poucos exemplos, com índice superior a 90%. Atualmente, com algo entre 70% a 80%, o grande desafio é retomar o patamar anterior. “Em alguns municípios o índice está abaixo de 50%, tornando-os uma bomba-relógio”, alertou o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Eleuses Paiva, que participou de evento na Fiesp, nesta quarta-feira (15/3), que pode ser visto na íntegra no canal da entidade no YouTube.
Ao descrever seu estilo de trabalho, o secretário disse ser suprapartidário e estar mais interessado em agir de modo conjunto com as esferas municipais e a União. “Pensamos a saúde e o SUS como um projeto de estado, de nação, não iniciativa de governo. E quero promover o diálogo, pois sem diálogo temos o que vimos nos últimos anos. E o governador Tarcísio (Gomes de Freitas) tem essa visão”, ressaltou Paiva.
O vice-presidente da Fiesp e diretor titular do Comitê do Complexo Produtivo e Econômico da Saúde e Biotecnologia (ComSaude), Ruy Baumer, que fez a abertura do evento, ressaltou a importância de governo e setor privado trabalharem juntos pelo país: “Essa parceria gera um ciclo virtuoso, com consequências benéficas para todos, dando mais qualidade de vida à população”.
O plano de trabalho para os primeiros 100 dias da secretaria estadual de Saúde prevê ações de ampliação da vacinação, com combate às fake news, e redução das filas de espera para atendimento. “Precisamos fortalecer a campanha de imunização, por meio de campanha de esclarecimento, para lembrar que as vacinas são fundamentais para garantir a saúde individual e coletiva, por prevenir doenças infecciosas”, afirmou Paiva.
Embora os números oficiais apontem mais de 500 mil pessoas em fila de espera por cirurgias no estado de São Paulo, a estimativa do secretário é de que a situação seja ainda mais grave. Ele disse estar sensibilizado com uma fila em particular: a oncológica. A lei já prevê que pacientes com câncer tenham direito ao tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) no prazo de até 60 dias, contados a partir do dia em que for diagnosticado. “E a nossa ideia é fazer cumprir a lei”, disse.
Paiva também expressou a intenção de digitalizar a saúde do estado e transformar São Paulo em uma referência na utilização de saúde digital e telemedicina. “Queremos levar a saúde a um novo patamar de acesso, com resolutividade, gestão sustentável e satisfação do usuário, inclusive utilizando a tecnologia 5G, que será implementada no estado nos próximos anos”, afirmou o secretário.
Pensando no longo prazo, o secretário esboçou a ideia de regionalizar a rede de atendimento, e propôs fila única, a fim de promover mais eficiência e priorizar as urgências. “O grande problema não é ter a fila, mas é ver a fila andar”, diz ele. “O cidadão não pode ter o seu problema de saúde agravado enquanto espera pelo atendimento”, argumentou. “A sociedade precisa cobrar os gestores públicos, saber como a fila está andando, e o gestor precisa se comunicar com a sociedade para prestar contas, com mais transparência”, concluiu.
Paiva também apresentou planos para instituir um modelo de governança que comporte maior participação dos municípios envolvidos, com planejamento abrangente e colaborativo
Direto da Redação Por Arthur Neto e Adriano Marques
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